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Estudo inédito revela como a pandemia de Covid-19 mudou a demanda pela proteína no País

Estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) relaciona a pandemia de Covid-19 a uma redução do consumo de pescado no Brasil desde 2020. 

Intitulada “Efeitos do isolamento social durante a pandemia de Covid-19 na comercialização e no consumo de pescado no Brasil”, a pesquisa abrangeu todas as regiões brasileiras, entrevistando 702 consumidores. 

“A produção e o consumo de pescado no Brasil e no mundo estavam passando por um crescimento global nos últimos quarenta anos, principalmente devido ao avanço da aquicultura”, recorda o analista da Embrapa Diego Neves de Sousa, um dos autores da pesquisa. 

Segundo ele, antes da pandemia, 25,93% dos entrevistados afirmaram que consumiam pescado pelo menos uma vez na semana, 23,93% duas a três vezes no mês, 20,94% duas ou mais vezes na semana e 11,68% pelo menos uma vez no mês. 

Porém, a tendência de crescimento foi interrompida pela pandemia. “Esse estudo, mesmo que de maneira amostral, revelou essa condição de diminuição do consumo de pescado, o que é preocupante para o setor e para a economia local” avalia. 

Feiras livres 

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Segundo os pesquisadores, o comércio de pescado em feiras livres foi o mais afetado. “De modo geral, com o fato de as feiras livres e os mercados informais terem sido praticamente fechados nos primeiros meses da pandemia, as únicas opções disponíveis foram as grandes redes de hipermercados”, observa Sousa.

Ele recorda que, antes do corona vírus, 21,79% dos consumidores entrevistados tinham o hábito de comprar pescado em hipermercados, 20,23% em feiras ou peixarias e 3,13%, em atacadistas. 

Durante a pandemia, houve um incremento na preferência pelos hipermercados (29,91%), delivery (8,69%) e em atacadistas (3,56%). 

Já o fechamento das feiras, afetou a disponibilidade do pescado na percepção de 17,38% dos consumidores, que sentiram maior dificuldade de compra pela redução da oferta do produto. 

 A qualidade também foi afetada para 11,40% dos participantes da pesquisa, que relataram redução na qualidade habitual dos produtos.

A pandemia também alterou a preferência do consumidor quanto ao tipo de conservação do pescado: subiu de 22,36% para 27,49% a preferência por peixes e frutos do mar congelados.

“O aumento da aquisição de peixe congelado durante a pandemia do novo coronavírus pode ser explicado pela desconfiança do consumidor em relação à qualidade dos peixes frescos”, analisa Sousa.

Frigoríficos

O estudo analisou também 13 frigoríficos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e revelou que a dificuldade para a aquisição de insumos foi percebida por 54% dos empresários do setor.

 Entre as empresas de processamento de pescado, 46% sentiram dificuldade em adquirir matérias-primas. Outro dado é que, para 40,31% dos entrevistados, o preço do produto aumentou.

 Seja pelo preço ou pela dificuldade de comprar, 26,92% dos entrevistados reduziram o consumo de pescado e outros 4,27% eliminaram totalmente a ingestão dessa proteína.

 Agora, o estudo servirá como referência para futuras iniciativas da Embrapa Pesca e Aquicultura visando promover o setor.

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